Aconteceu ontem, 29, o evento Agrotech | Perspectivas do Agronegócio no Brasil, no espaço de eventos do Ibrawork. O encontro reuniu especialistas em agro, investimentos, tecnologia e startups com soluções para o ramo.
Com curadoria de Tania Gomes Luz, Head de Inovação do Ibrawork; Jennifer Chen, CEO da JC Capital e Marcus Maida, Consultor Empresarial e Especialista em ESG, o evento contou com 3 painéis, além de duas convidadas especiais, que fizeram talks sobre o panorama brasileiro do agro e investimentos no meio, além de pitches de startups.
Painel 1. Mercado Externo – Tendências Macro Econômicas e Impactos para o Brasil
O primeiro painel do dia, mediado por Tania Gomes Luz, reuniu Adriano Quércia Soares, Secretário Executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo; Silvana Saraiva, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-África e Thomas Law, Presidente do Ibrachina e Founder do Ibrawork.
Adriano falou sobre todas as ações e avanços da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo em comparação com o panorama brasileiro e falou um pouco sobre as perspectivas para o ano que vem. Segundo o Secretário, estando no cargo ainda, ou não, existe um plano de Estado pronto com planejamentos até 2030 para que São Paulo continue sua trajetória de sucesso no setor.
Silvana falou sobre as relações internacionais, com foco em agro, e também com um olhar sobre o ecossistema em que ela está inserida como Presidente da Câmara de Comércio Brasil-África. Falou sobre como é importante olhar para a África entendendo o tempo do continente, que é diferente do nosso, por inúmeros fatores. Pontuou ainda que, apesar de um certo delay tecnológico no continente, diversos países já possuem cidades inteligentes, como Egito, Senegal e Nigéria, que estão um passo à frente em relação a outros países vizinhos.
Thomas apresentou, além de diversos insights sobre as pesquisas e visitas do Instituto relacionadas ao setor no Brasil inteiro, as iniciativas do Ibrachina para estimular o agronegócio brasileiro, destacando a Cooxupé (maior cooperativa de produtores de café do Brasil) e a Coopatos (uma das maiores cooperativas de laticínios do país). Thomas ainda falou sobre os planos para 2023, da parceria do Ibrawork com o Sebrae e no plano de fomentar o jornalismo brasileiro nas feiras internacionais.
Painel 2. Estratégias de Investimento em Startups do Agronegócio
Mediado por Jennifer Chen, o segundo painel do dia focou no mercado de investimentos e contou com a participação de Pompeo Scola, CEO da Cyklo Agritech e Rodrigo Reis Oliveira, Sócio da Deloitte.
Pompeo apresentou o modelo de aceleração da Cyklo, que investe 300 mil reais em cada startup em um programa de cerca de 9 meses, que prepara as startups para estarem verdadeiramente prontas para o ecossistema e outros tipos de investimentos ainda maiores.
O CEO apontou ainda que o mercado, hoje, possui dinheiro, possui startups boas, mas que precisa de hubs e aceleradoras, porque são essas iniciativas que mudam comportamentos de regiões inteiras, alterando o ecossistema a partir da inserção de elementos específicos para cada realidade.
Já Rodrigo falou um pouco sobre o estado do mercado de investimentos no agronegócio neste momento e sobre os desafios para alavancá-lo. Segundo ele, a área de fertilizantes segue numa crescente, mas precisamos olhar para uma problemática que nos atrasa um pouco: a dependência do agro brasileiro, seja de países, de fornecedores, importação, exportação e produtividade. Rodrigo falou ainda sobre o crescimento do investimento na área de pesquisa e tecnologia, uma vez que as startups, hoje em dia, são os micro laboratórios do setor.
Talk: Mercado Interno – Tendências Macro Econômicas
Em seguida, a Presidente da Sociedade Rural Brasileira, Tereza Cristina Vendramini, palestrou sobre o agronegócio brasileiro, fazendo um panorama geral enquanto representante da área. Tereza enumerou os desafios do setor e falou sobre as perspectivas, riscos e oportunidades para 2023, e também sobre o papel do Brasil no mercado agro mundial. Como um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo, o plano é superar, nessa próxima década, os EUA na exportação de grãos e se tornar autossuficiente em trigo nos próximos 5 anos.
Sobre o que precisamos pensar para o mercado futuro, Tereza apontou três pontos de atenção: segurança alimentar, energética e mudanças climáticas.
Painel 3. Como as Novas Tecnologias estão Transformando o Agronegócio
O terceiro painel do dia, mediado por Marcus Maida, reuniu duas grandes empresas através de representantes de peso: Daniel Plotrino, Head of Digital Products da Yara International e Vitor Mondo, Head of Technology Transfer da Embrapa.
Vitor falou sobre como as tecnologias impulsionam o agronegócio e deu exemplos de tropicalização de cultivos, inclusive para fins de autossuficiência alimentar. Falou também sobre o papel do Brasil na produção mundial de alimentos e como os insumos biológicos têm um papel de destaque nesse processo, uma vez que eles permitem extrair mais, porém de maneira sustentável, ajudando a entender a relação do agro com o ambiente, tornando a produção mais positiva, equilibrada e precisa.
Como exemplos práticos de tecnologia da Embrapa, falou da agricultura baseada em dados e sobre o zoneamento agrícola de risco climático, que auxilia o produtor a entender qual o melhor momento para cultivar com menos riscos, o que influencia nos investimentos e na economia agro como um todo.
Daniel, por sua vez, falou do aumento populacional, do efeito estufa e das práticas sustentáveis que precisamos colocar em prática para conseguir produzir alimentos para toda a população futura, ao mesmo passo que revitalizamos o planeta. Ele ainda citou diversos exemplos de ferramentas da Yara que ajudam o pequeno produtor, como o coffee club, um app que oferece insights e informações de mercado que os ajudam a vender o café no melhor momento, além de ferramentas que analisam o solo, oferecem produtos para aplicação e ainda realiza análises financeiras e técnicas, indicando produtos corretos para proporcionar melhores retornos financeiros.
Os dois palestrantes, Vitor e Daniel, salientaram que a Inteligência Artificial é o grande trunfo para o agro de amanhã. Desde as bases de dados para entender culturas de menor risco quanto ferramentas para prever o futuro e tomar melhores decisões, projetando melhores planejamentos e cultivos, são o foco das pesquisas e aplicações de agora e, ainda mais, nos próximos anos.
Pitches de startups
Após os painéis, algumas startups apresentaram soluções para o agro, sendo elas a Speedbird Aero, startup que constrói aeronaves não tripuladas e desenvolve sistemas de navegação capazes de transportar e entregar pequenas encomendas; a Btracer, que utiliza tecnologia Blockchain para certificar com total segurança e transparência toda a jordana do alimento, da fazenda à mesa do consumidor; e a Fome de Tudo, Instituto e startup social que quer promover uma mudança de comportamento através de tecnologia, inovação e empreendedorismo social através de um app que conecta empresas alimentares com instituições sociais.
Talk final: Tendências pelo Viés Investidor
Para finalizar o evento, foi chamada ao palco Fabiana Padovan, Sócia da Wanaka Capital Investimentos, para falar um pouco sobre sua experiência no setor e explicar como as instituições tradicionais e as fintechs tratam do assunto e percebem os avanços dos investimentos no agronegócio.
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Quer conferir o evento na íntegra? Disponibilizamos no Youtube.
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