BLOG

16/09/2022

1º Congresso Internacional de ESG para Cidades reuniu time de peso para discutir o tema

No último dia 14, aconteceu o 1º Congresso Internacional de ESG para Cidades, realizado pelo Ibrawork e pelo Ibrachina, com patrocínio da Green Plat. O evento ocorreu no espaço de eventos do Ibrawork e contou com a participação de diversos profissionais ligados ao tema, convidados pelos curadores e mediadores Ana Addobbati e Marcus Maida, especialistas em ESG, e também por Tania Gomes Luz, Head de Inovação do Ibrawork.

O Congresso reuniu gestores públicos e privados, academia, founders de startups, autoridades governamentais, investidores, empresas de capital privado e atores do mercado de inovação a fim de abordar temas das mais distintas áreas e setores da sociedade, na tentativa de entender onde o Brasil se encontra no que diz respeito às ações de ESG, e para onde devemos ir.

A programação e os convidados

A manhã começou com a abertura do evento, iniciado por Tania Gomes Luz, que convidou Thomas Law, Presidente do Ibrachina e Founder do Ibrawork para dar as boas vindas aos painelistas e público. Em seguida, Marcus Maida subiu ao palco para iniciar o primeiro painel

Painel 1: Universidades e ESG: a abordagem sob um olhar acadêmico

 

O painel contou com a presença de convidados nacionais e internacionais, sendo a primeira Melanie Van de Velde, da University of Glasgow, Founder da Big Tree Global, que apresentou a “van de Velde’s Impact Wheel”, uma ferramenta que ajuda a identificar iniciativas em contextos de negócios distintos, que se inserem nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU e obter resultados eficazes.

Em seguida, André Coutinho, da Univesity College London, se juntou à conversa, trazendo um olhar sobre o trabalho como catalisador de mudanças, impacto positivo e governança efetiva na construção de instituições que vão prosperar no futuro, com a ajuda de coletividade e processos inclusivos, além de sistemas regenerativos.

Lauro Fabiano, da USP, que é Mestre em História, subiu ao palco para voltar o olhar para o passado e pensar nas mudanças de perspectiva sobre a abordagem sustentável que a era das redes sociais trouxe. Falou também sobre cases de ESG e citou a rápida ação da China em implementar medidas para tornar o país menos poluente.

Logo após, Carlos Braga, Presidente do Conselho de Administração da Monte Rodovias S.A. e Professor de Finanças & ESG da FDC, falou sobre a experiência de gestão do Fundo Socioambiental da primeira parceria público-privada de rodovias do Brasil, a Rota dos Coqueiros, e como a inovação sustentável pode ser executada em projetos desse nicho.

Em seguida, John N. Doggett, da Texas McCombs, trouxe sua visão sobre o impacto da competição global, do empreendedorismo e da tecnologia na nossa sociedade, sempre sob o viés da análise de inovação, tecnologia e sustentabilidade energética.

Para finalizar o painel, Allysson Allex Araújo, Professor da Universidade Federal do Ceará e Dariam Villela, Diretor de IT na PDtec, apresentaram o projeto mandacaru.dev, programa de capacitação imersiva em tecnologias inovadoras, que incentiva os talentos do sertão do Ceará e apresenta oportunidades de trabalho remoto no mercado financeiro nacional.

Painel 2: Governança com foco na população em situação de vulnerabilidade social

Tania Gomes Luz mediou essa conversa inspiradora que contou com a participação de mulheres incríveis na discussão de um tema tão importante. No palco, Barbara Ladeia, Célia Kano e Nina Silva. 

Barbara Ladeia, gestora do programa Green Sampa, da ADE Sampa, falou sobre como alguns eventos que ocorreram no Brasil nos últimos anos, como os desastres de Brumadinho e Mariana, mudaram sua concepção sobre o trabalho e como ela busca  se envolver em projetos que agreguem à agenda socioambiental, como seu trabalho com a Green Sampa, grande centro de inovação para o desenvolvimento de negócios ambientais e tecnologias verdes.

Célia Kano, co-CEO da Rede Mulher Empreendedora, falou sobre a atuação da RME no apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade social e no fomento à geração de renda para mulheres, através de empreendedorismo e empregabilidade. O Instituto Rede Mulher Empreendedora desenvolve projetos e capacitações no Brasil todo e ajuda mulheres a serem donas de suas próprias trajetórias. Célia falou sobre o desafio durante a pandemia do COVID-19, quando as mulheres se tornaram um dos grupos mais afetados economicamente.

Nina Silva, CEO do Movimento Black Money, trouxe discussões urgentes e essenciais sobre as dificuldades que as mulheres e a população preta enfrentam, e como pequenas ações cotidianas podem fazer a diferença. Ela também apresentou dados importantes sobre a lacuna social e racial presente na nossa sociedade e insights sobre como inclusão e diversidade, alinhados com equidade, são imprescindíveis para o futuro dos negócios. Nina ainda falou sobre a EVE, uma organização, da qual faz parte, dedicada a integrar o universo feminino à Web 3.0, a fim de aumentar a participação de mulheres nesse novo mercado.

Painel 3: Métodos sustentáveis para pensar a aplicação de ESG em pequenos negócios

Ana Addobbati mediou essa conversa, focada em pequenos negócios e startups, que contou com a participação de Anauyla Batista, Luciano Almeida e Marcos Queiroz.

Anauyla Batista é Diretora Comercial e CCO da Green Plat, startup ambiental que oferece um software de gestão e monitoramento de ações e indicadores ESG que rastreia processos e cadeias produtivas, desde a extração e origem das matérias primas até o destino das suas perdas produtivas. Anauyla reiterou, durante o painel, que a tecnologia está, hoje mais do que nunca, à disposição da escala do acesso a soluções de ESG para pequenos negócios.

Luciano Almeida, falou sobre as práticas sustentáveis no setor das foodtechs, usando como exemplo a Restin, startup na qual é CEO & Co-founder, um negócio que diminui o desperdício de alimentos, dando vida extra a alimentos próximos da validade, conectando a indústria de alimentos com o food service. Nos últimos 5 meses, a startup conseguiu impedir que mais de 56.000 quilos de CO² fossem enviadas para a atmosfera.

O terceiro convidado do painel, Marcos Queiroz, é Diretor de Soluções na Refazenda e Desenvolvedor de negócios, com foco em ESG. A Refazenda é um negócio de moda sustentável que prioriza o trabalho humano dos produtores e fomenta a aquisição consciente e digna dos produtos.  Segundo Marcos, a marca faz esse trabalho com propósito há 32 anos e, agora, estamos em um ponto em que as empresas, se não adotarem práticas sustentáveis pelo propósito, vão adotar pelo constrangimento.

Painel 4: Além do lucro: impacto para dentro e para fora das grandes corporações

Depois da pausa para o almoço, Ana Addobbati voltou ao palco e convidou Carlos Pignatari, Isabel Costa e Juliana Ballarin para discutirem sobre o papel das ações ESG nas grandes empresas.

Carlos Pignatari, que é Head de Impacto Social da Ambev, falou sobre lideranças com valores, sobre o VOA, programa voluntário de mentoria em gestão para organizadores sociais da empresa, e sobre o futuro das empresas com mais sinergia e inteligência.

Isabel Costa, Head de Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade da TCS, falou um pouco sobre os desafios da governança corporativa em empresas multinacionais e trouxe o conceito de Sustentabilidade Digital como um propósito para potencializar causas, utilizando a tecnologia e os meios digitais para proporcionar experiências positivas no meio de trabalho e, para fora das empresas, na sociedade.

Falando um pouco sobre o marketing e a experiência dos colaboradores, Juliana Ballarin, Diretora de Marketing de Scotch na Diageo, contou sobre as mudanças de governança durante a pandemia, na mudança de perspectiva sobre o trabalho e como ações e posicionamentos importam em momentos de crise. A Diageo, por exemplo, assegurou que nenhum de seus mais de 30 mil funcionários fosse demitido durante a pandemia, além de auxiliar aqueles que precisaram de ajuda durante o período. Segundo Juliana, o valor que isso agrega na relação empresa-colaborador é algo imensurável.

Painel 5: Tendências na implementação de ESG nas cidades – Case São Paulo

O quinto painel, mediado por Tania Gomes Luz, reuniu um time que já desenvolve e coloca em prática ações de ESG em cidades, como Antonio Fernando Pinheiro Pedro, Leonel Rodrigues, Paula Packer e Thomas Law.

Pinheiro Pedro é Secretário Executivo de Mudanças Climáticas do Município de São Paulo e falou das ações que vêm sendo desenvolvidas na cidade, como os projetos de revitalização do Centro e arborização de áreas estratégicas. A Secretaria de Mudanças Climáticas foi a 4ª do tipo a ser criada em todo o ambiente americano.

Leonel Rodrigues, que é Analista de Negócios do Parque Tecnológico Itaipu, discorreu sobre os projetos da Fundação para transformar o conhecimento e a tecnologia em soluções para o progresso sustentável da sociedade. O PTI-BR é um ecossistema de inovação que promove a sinergia entre instituições de ensino, empresas e órgãos governamentais.

Paula Packer, Head na Embrapa Meio Ambiente, falou sobre inovação na pesquisa agropecuária e sobre como a prática de uma agricultura sustentável já não é mais uma opção, mas uma necessidade imperativa e, sobre como é imprescindível medir a sustentabilidade através de indicadores reais e métricas de contabilidade ambiental.

Por fim, Thomas Law, Presidente do Ibrachina e Founder do Ibrawork, falou sobre as ações sociais que o Instituto tem realizado, sobre o Ibrachina Arena e a transformação que projetos como esse exercem nos jovens, refletindo na sociedade. Thomas Law também falou da parceria que tem com a Secretaria de Mudanças Climáticas, aceitando o convite feito por Pinheiro Pedro, de participar na ação de arborização da Avenida Paulista, além do trabalho de revitalização do Centro, que já vem sendo desenvolvido.

Painel 6: Investimentos em ESG – Panorama brasileiro

O último painel do Congresso, mediado por Marcus Maida, trouxe a questão financeira e econômica como foco, com os convidados Gisele Ramos, Gustavo Carvalho, Jennifer Chen e Marina Briant.

Gisele Ramos é CEO da ESG Venture Builder, uma plataforma que acelera a agenda ESG em empresas, selecionando, desenvolvendo e conectando estratégias de mercado para negócios que desejam colocar o socioambientalismo em prática.

Gustavo Carvalho, Founder da RUN Investimentos, falou sobre o cenário nacional de investimentos em ESG e sobre a humanização da área. Falou também sobre inclusão no meio e sobre o impacto que isso causa, usando de exemplo a inclusão de pessoas com deficiência e suas famílias, e como ações e iniciativas ESG podem acelerar esse processo.

Jennifer Chen, CEO e Founder da JC Capital, falou sobre como a tendência de investimentos em ESG se encontra em uma crescente. Apontou também a importância do setor em se ajustar e apostar na educação dos investidores em relação ao tema, tendo em vista que é um mercado com potencial colossal.

Por fim, Marina Briant, Coordenadora de Finanças Sustentáveis na NINT, apresentou o conceito de natural intelligence, com o qual a empresa trabalha, através de operações de crédito sustentáveis. A NINT é a maior empresa de consultoria e avaliação ESG da América Latina e Caribe, e opera seus negócios sob o viés da inteligência humana e da natureza a serviço da sustentabilidade.

Para conferir mais do que rolou no evento, confira a galeria de fotos!